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Conheça tudo sobre walking bass

Você sabe o que é walking bass? Neste artigo, te contamos tudo sobre esse estilo de linha de baixo!

Além de ser uma das mais criativas formas de tocar baixo, o walking bass exige uma digitação firme e um excelente conhecimento teórico. Assim sendo, as notas da melodia do baixo são tocadas sequencialmente com a mesma e curta duração. Portanto, o bom posicionamento da mão e dos dedos é essencial.

Baixista tocando walking bass
O walking bass é praticado por vários craques do contrabaixo (Foto: Reprodução/Freepik)

Ademais, esse estilo de linha será construído em cima de tríades, tétrades e escalas. Por isso, é preciso ter as escalas nas pontas dos dedos e entender bem de formação de acordes e campo harmônico.

Portanto, se você está a fim de aprender a tocar baixo, cedo ou tarde, você vai precisar saber tocar walking bass. Ou seja, caso você queira evoluir no instrumento, essa é uma boa hora para começar a se aventurar nesse universo.

Então, vamos saber tudo sobre walking bass?

O que é walking bass?

Um dos principais fundamentos que um baixista precisa desenvolver é o baixo pedal. Ou seja, manter o sincronismo do ritmo do bumbo da bateria com a levada da linha de baixo.

Claro que isso varia muito de estilo para estilo. Mas um dos alicerces de uma música é sua seção rítmica ser coesa, visto que essa sincronia provê força ao ritmo da música.

O walking bass quebra esse princípio, pois a linha de baixo fica livre do que o bumbo está tocando. Em outras palavras, o baixo vai ter o seu próprio ritmo dentro da música. Além disso, a melodia do baixo pode, até mesmo, estar em um ritmo diferente dos outros instrumentos.

Mas como isso funciona? A palavra walking é uma conjugação verbal do verbo to walk, que significa andar, caminhar. Portanto, podemos traduzir walking bass como “baixo andante”.

Ou seja, a sensação que a linha de baixo passa é de que ela está caminhando. Isso acontece porque a característica do walking bass é tocar as notas uma atrás da outra e sempre com a mesma duração.

Como fazer walking bass?

Quando você tira ou compõe uma linha de baixo usando fórmulas para walking bass, é preciso ter em mente que esse caminhar tem um motivo.

Ou seja, o walking bass caminha de um acorde para o outro. Em outras palavras, o baixo está conectando um acorde, tocado pela guitarra, violão, piano ou órgão, ao próximo acorde.

Portanto, ao tocar uma linha de baixo com um walking bass, é importante manter a altura do som. Por exemplo, você pode tocar uma escala na região do Dó da terceira casa (terceira corda) e mudar para a oitava casa na quarta corda.

Porém, um ponto é importante: nunca mude bruscamente a altura das notas no walking bass. Por exemplo, não pule de repente da terceira casa para a décima quinta.

As fórmulas para walking bass podem tocar a tônica do acorde com os outros instrumentos assim que esse acorde aparece na música. Por outro lado, o baixista pode executar alguma inversão nessa hora. Entre o acorde tocado e o próximo, podem ser usados arpejos, escalas e aproximações cromáticas.

Agora, vamos ver alguns exercícios que vão te ajudar a tocar um walking bass fluído:

1. Exercícios com arpejos

Toque as tétrades dos acordes maiores e menores em forma de arpejo. Por exemplo, vamos ver a tétrade do acorde A7. Toque a tônica (Lá) na quinta casa (quarta corda) com o dedo mínimo. Depois, toque a terça (Dó sustenido) na quarta casa (terceira corda) com o anelar.

Na sequência, toque a quinta (Mi) na segunda casa (segunda corda) com o indicador. Por fim, toque a sétima (Sol) na quinta casa (segunda corda) com o mindinho.

Escolha um andamento confortável para você no metrônomo em compassos 4/4 para fazer esse exercício e toque uma nota por tempo.

Depois que você estiver executando com facilidade todas as tétrades maiores e menores, aplique esse exercício em diferentes progressões de acorde. Por exemplo, na sequência G7D7C7.

Comece usando a tônica para indicar a mudança de acorde. Depois, use as inversões nessa hora. Ou seja, quando mudar do G7 para o D7, por exemplo, comece o D7 pela terça dele. Depois pela quinta e, por fim, pela sétima.

Comece tocando uma nota no primeiro tempo e outra no terceiro tempo do compasso. Depois que você seguro nessa dinâmica, toque uma nota por cada tempo dos compassos.

2. Exercícios com escalas

Também com o metrônomo, digite todas as escalas maiores e menores em diferentes regiões do braço do contrabaixo até você decorá-las bem.

Depois, aplique o mesmo raciocínio do exercício anterior. Ou seja, pegue a mesma progressão de acordes (G7D7C7) e vá tocando notas da escala de Sol maior durante esse acorde (uma nota no primeiro tempo do compasso, outra no terceiro tempo). Quando mudar para o D7, toque a nota Ré.

Depois que você dominar esse exercício, use as inversões e toque uma nota por tempo. Aqui você pode usar as aproximações cromáticas. Em outras palavras, tocar notas fora da escala para conectar os acordes.

Por exemplo, ao mudar do D7 para o C7, você pode tocar a nota Ré da quinta casa (terceira corda) no terceiro tempo do compasso. No quarto tempo, você toca na quarta casa, a nota Dó sustenido.

Por fim, no primeiro tempo do compasso, quando entra o C7, você toca na terceira casa, a nota Dó.

Walking bass no piano

Apesar de o walking bass ser muito usado no baixo, ele teve início no jazz com a tuba. Além disso, é muito comum termos o walking bass no piano. Dessa forma, o pianista faz o baixo andante com sua mão esquerda, usando tétrades, arpejos, escalas e aproximações cromáticas.

Por outro lado, a mão direita pode tocar uma melodia ou fazer os acordes, dependendo de como for o arranjo da música.

A música Don’t Blame Me, do Thelonius Monk, é um exemplo de walking bass no piano. Confira:

Walking bass para principiantes

Apesar de ser um tipo de arranjo característico do jazz e do blues, o walking bass aparece também em grandes clássicos do rock. Agora, vamos aprender como tocar 5 linhas de baixo com fórmula para walking bass:

1. Crazy Little Thing Called Love – Queen

Um dos maiores clássicos do Queen, Crazy Little Thing Called Love é um dos vários exemplos de walking bass no rock. A música está em Ré maior, e John Deacon usa e abusa da digitação de tríades, tétrades e aproximações cromáticas. No entanto, preste bem atenção na ponte, onde ele faz uma digitação descendente, e não deixe de assistir à nossa videoaula:

2. Time Bomb – Rancid

Até no punk encontramos o uso do walking bass. Time Bomb, dos californianos do Rancid, é uma prova disso. O walking bass dessa música passeia sem medo pela escala de Si menor. Como é uma música consideravelmente rápida, comece treinando em um andamento mais lento, de preferência com o auxílio de um metrônomo.

3. All My Loving – The Beatles

Em All My Loving, o walking bass se destaca não só do ritmo do bumbo, como das rápidas tercinas da guitarra base. Usando a escala de Fá sustenido menor, essa linha de baixo explora bem a digitação descendente, embora ande pela digitação ascendente com menos frequência. Para aprender em detalhes, não perca nossa videoaula:

4. Take The A Train – Duke Ellington

Um dos maiores clássicos do jazz, Take The A Train, do Duke Ellington, traz um walking bass que não tem grandes segredos. Seu andamento não é rápido, e ele passeia pela escala de Dó maior, a escala mais fácil de ser decorada, por não trazer acidentes.

5. Solar – Miles Davis

Solar, do Miles Davis, traz um walking bass rápido. Portanto, treine em um andamento mais lento até você dominar a linha da canção. Essa música é um bom complemento a Take The A Train como estudo, já que Solar está no tom de Dó menor.

Agora você sabe tudo que precisa para tocar walking bass! No entanto, sempre é possível aprender mais. Nesse sentido, a melhor forma de evoluir nas quatro cordas é com um auxílio profissional qualificado e focado no seu desenvolvimento musical.

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Curso de contrabaixo do Cifra Club Academy
Foto de Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira

Redator Web com especialização em SEO e escrita para blogs e redes sociais. Estrategista de conteúdo. Músico, compositor e colecionador de LPs, CDs e DVDs. Toca guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Escreve para o Cifra Club desde abril de 2022.

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